Essas canções
fazem parte das cantigas chamadas de satíricas, diferente das cantigas de amor
e de amigo que fazem parte das cantigas líricas, por apresentarem uma crítica a
alguém e não fazem nenhuma idealização do amor. Elas têm o papel de criticar e
satirizar a vida da corte (nobres e rei), o clero e ridicularizar o amor
cortês.
As cantigas satíricas
galego-portuguesas surgiram a partir do sirventês que era a sátira de Provençal.
O sirventês tem esse nome por ser feita para um senhor, que serve um senhor, e
também pelo fato de suas canções serem “cópias” de outras imitando estruturas e
melodias pré-existentes nessas. Ele é dividido em três categorias: moral que
trata de criticar a sociedade e sua degradação de moral, de virtude e até
corrupção no poder, daquele período; política cujo assunto é a política
propriamente dita, disputas de terras, cruzadas e demais guerras; e pessoal com
o tema sendo a afronta a vida privada de outros cancioneiros (trovadores,
segreis ou jograis). Existe ainda um outro tipo chamado sirventês literário que
trata da estilística das canções, porém é classificado como subcategoria do
sirventês pessoal por apresentar críticas agressivas a outros trovadores,
geralmente sendo acusados por plágio ou afronta às regras cortesãs.
No início não
foi uma modalidade da literatura galego-portuguesa muito explorada por sua
linguagem chula, informal e seu caráter escatológico. Porém ela foi depois tida
como valiosa pois possuía uma função informativa por demonstrar o contexto
histórico-cultural da sociedade portuguesa daquela época demonstrando costumes
e fatos histórico e sociais importantes para eles. Suas cantigas apresentam
informações sobre a relação da população não nobre com a moral, a religião e a
política indicando, assim, críticas a sociedade em geral.
A sátira
trovadoresca medieval galego-portuguesa divide a crítica em social (a respeito
da política, moralidade e religião) e individual (entre jograis, trovadores e
segreis)
A modalidade
satírica da literatura galego-portuguesa se divide em duas espécies: cantigas
de escárnio e cantigas de maldizer. As duas espécies podem ser cantadas por voz
feminina ou masculina, mas o eu lírico é sempre masculino.
https://palmeral3eso.wikispaces.com/file/view/LIRICAPOPULARMEDIEVAL.pdf
Temas geralmente
apresentados pelas cantigas de escarnio e maldizer:
- Disputas políticas. Exemplos: cruzada da Balteira, deposição do D. Sancho I e a entrega dos castelos ao Conde de Bolonha (se transformará em D. Afonso III)
- Corrupção no poder
- Corrupção do poder eclesiástico
- Fidalguia militar. Exemplo: a traição dos fidalgos na guerra de Granada
- Ridicularização do amor idealizado nas cantigas de amor. Exemplos: as mentiras do amor, amor entre fidalgos e plebeias, freiras com cavaleiros militares, soldadeira e cancioneiro
- Entre outros
Referencias:
·
http://cantigas.fcsh.unl.pt/index.asp
·
http://www.clickescolar.com.br/caracteristicas-das-cantigas-de-escarnio-e-maldizer.htm
·
https://www.colegioweb.com.br/trovadorismo/as-cantigas-satiricas-de-escarnio-e-de-maldizer.html
·
http://edtl.fcsh.unl.pt/business-directory/5954/sirventes/
·
https://pt.slideshare.net/HMECOUT/cantigas-de-escrnio-e-maldizer-9200416
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